Autor: Renato Martins

Transfobia

“Nada assusta mais do que uma mulher trans negra com um diploma”

Caty Simon entrevista Monica Jones
Em maio de 2013, Monica Jones, trabalhadora sexual e ativista pelos direitos das mulheres trans, além de estudante de assistência social na Arizona State University, foi acusada de “manifestação de prostituição” em Phoenix, depois de aceitar uma carona de um policial disfarçado. Sua prisão detonou uma tempestade de protestos contra o Projeto ROSE, um programa de afastamento das pessoas da prostituição por meio de detenções conduzido pela Escola de Serviço Social da ASU e pela polícia de Phoenix que utilizou detenções coletivas e transfobia naquelas prisões por prostituição; e a lei de “manifestação de prostituição”, potencialmente inconstitucional, sob a qual ela foi acusada. A ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), o SWOP-Phoenix (Sex Workers Outreach Project) e outros ativistas pelas trabalhadoras sexuais e GLTB se solidarizaram com Jones à medida que ela ganhava atenção internacional ao contestar as acusações.

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Cultura

A mãe e a puta

Juniper Fitzgerald
Eu pertenço a uma classe de pessoas conhecidas apenas como putas. Nossas sombras se derramam sobre paralelepípedos noturnos, nossas vidas existem em sobras de filmes de pernas e bundas. Somos sociopatas ou vítimas infantis, dependendo de para quem você pergunta. Nossas mortes são emolduradas por supostas evidências de passados excitantes, ainda que sujos; a violência contra nós é um exercício em inevitabilidade. E nas raras instâncias em que a prudência e a virtude nos permitem um respiro de intimidade não adulterada, mantemos um olho aberto por causa do medo de perder tudo.

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Direitos

Canadá: dominatrix com deficiência obtém indenização por dano cerebral

Andree Lau
“Eu sei tricotar. Você quer que eu me sente aí e tricote?”, Alissa Afonina diz, com um sorriso que poucos chegam a ver. Estamos encerrando nossa entrevista, em seu apartamento na área de Vancouver, e precisamos de algumas imagens a mais. Perguntamos sobre o balanço erótico em um dos quartos. “É como uma rede. Posso me sentar nele e ler”, ela explica. Nós aceitamos sua sugestão de filmá-la amarrando suas botas pretas com plataforma de 6 polegadas, que sobem até suas coxas. Afonina, 23, é uma dominatrix profissional que trabalha sob o nome Sasha Mizaree. Ela é paga para assumir o controle de um cliente submisso – tipicamente masculino – em sessões de papéis sadomasoquistas.

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Legislação

Espanha: em decisão inédita, juiz determina que trabalho sexual é trabalho

Pela primeira vez a Justiça espanhola reconhece que o trabalho sexual é trabalho e as pessoas que o exercem têm direitos. Assim, o Tribunal Social número 10 de Barcelona abriu as portas para que as trabalhadoras sexuais obtenham os direitos sociais que elas tanto exigem. Veja a reportagem do El Mundo sobre o caso, que atraiu a atenção de toda a imprensa espanhola e internacional.

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Direitos

Califórnia: trabalhadoras contestam a lei e têm acesso a recursos cortado

E.J. Dickson
GoFundMe cancela sem aviso campanhas de crowdfundig do grupo Esplerp para financiar seu processo contra o procurador-geral da Califórnia e as leis sobre prostituição do estado. Agora, as trabalhadoras sexuais e seus aliados estão protestando nas redes sociais contra a atitude da GoFundMe, acusando a plataforma de crowdfunding de discriminação.

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PutaFeminismo

“Não me digas que tenha um dia feliz”

As companheiras da Rede de Trabalhadoras Sexuais do Equador dão o recado:
Enquanto decidires que parte de meu corpo é digna para trabalhar e sustentar minha família, enquanto decidires o comprimento de minha saia ou a transparência de minha blusa, enquanto por causa de tua moral meu trabalho seja clandestino e eu tenha de me afastar de meus filhos para que tua discriminação não os prejudique diretamente; enquanto enriqueceres com meu trabalho e meus direitos mais elementares sejam negados – não me digas que tenha um dia feliz.

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PutaFeminismo

O 8 de Março visto por uma trabalhadora sexual

Iaglasnost
Camilla. Separada. Mãe de dois filhos. Minha nacionalidade não é importante. Sou uma mulher adulta, ainda bonita e, depois de ter tentado em vão outro emprego, porque eu tinha contas para pagar, decidi colocar um anúncio em um site e comecei a receber telefonemas de clientes potenciais. Eu não tinha ideia de qual seria meu trabalho, mas eu sabia de qual realidade eu vinha.

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PutaFeminismo

O machismo e a competição feminina

Clara Lobo
Dias atrás, uma amiga me confidenciou ter ouvido, no vestiário do dojo de artes marciais que frequento, uma conversa de quatro moças sobre a minha pessoa. Elas comentavam que eu era uma vagabunda por ter feito sexo com um dos colegas. Puseram-se a enumerar meus outros defeitos: eu era feia, não tinha peito nem bunda… enfim, elas não entendiam o que o rapaz vira em mim. Duas delas namoravam colegas do dojo, o que, no meu parco e parvo entendimento, fez-me crer que elas também tivessem feito sexo com eles, mas quem sou eu para alegar tal similitude de ações se eu era indubitavelmente a vagabunda, enquanto elas, indubitavelmente, não?

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Combatendo o estigma

Um guia para que jornalistas e escritores tratem trabalhadoras sexuais com respeito

Jornalistas e escritores que escrevem sobre trabalhadoras sexuais provocam danos duradouros a suas fontes de informação ao tratar o trabalho sexual como uma área de exceção na ética jornalística, escrevem Marlise Richter, Ntokozo Yingwana, Lesego Tlhwale e Rivimbo Tenga para o OpenDemocracy.

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