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Regulamentar pra quê? (ou: “mas já estão na CBO, que mais essas putas querem?”)

Papo vai, papo vem e o assunto é “PUTA”. Citadas a torto e a direito em mesas de debates, em cínicas reuniões de combate ao tráfico humano, na roda feminista ou mesmo em locais nem tão honrosos assim (como a boca de pastores e religiosos em geral, por exemplo), desde que a questão da regulamentação do trabalho sexual voltou à pauta, por conta e obra da Grande Puta Gabriela Leite e do deputado Jean Wyllis, fato é que não mais tivemos paz. Gente que até noites antes de o PL 4211/2012 ser apresentado não queria nem ouvir falar de nós agora vive com a puta na boca, hora se posicionando contra, hora a favor – toda cidadã brasileira e todo cidadão brasileiro hoje tem um pitacozinho pra dar sobre a vida das mundanas.

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As prostitutas que conheci

Heloísa Melino
As prostitutas que conheci/conheço são putas. Puta professoras, puta feministas, puta militantes e ativistas. Com elas aprendi muitas coisas – coisas que a universidade não me ensinou. Dentre as coisas mais importantes que aprendi, aprendi novas linguagens, novas formas de ativismo, aprendi força, garra, aprendi festividade, aprendi a gargalhar com coisas que eu não conseguia, aprendi que tenho que comer muito arroz com feijão e açaí pra se um dia quiser ter a disposição que tem Indianara Siqueira, Monique Prada, Amara Moira e outras mulheres cis e trans que tive o privilégio de conhecer.

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As Marias Boa da Ribeira e das Rocas

Sugestão da Diana Soares, da Articulação Norte-Nordeste de Profissionais do Sexo.
Nota de Monique: Nem eu nem Diana gostamos do tom dado a esta reportagem, a publico aqui apenas porque dá um bom panorama do meretrício em Natal, mas o tom usado contraria todos os recentes manuais sobre como a imprensa deve tratar a questão do trabalho sexual no mundo – já é hora de respeitá-los.

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Não pergunte se a pornografia “empodera” as mulheres; pergunte se o seu feminismo faz isso

Pandora Blake
No Dia Internacional da Mulher, “empoderamento” foi uma palavra que eu ouvi muito. Faz sentido – como feministas, sabemos que o poder não é distribuído de maneira justa e estamos preocupadas com aquelas estruturas opressivas. Mas fiquei decepcionada quando, como parte do Festival Mulheres do Mundo, na semana passada, o Woman’s Hour, da BBC, decidiu debater a questão “pode a pornografia empoderar a mulher?”. Essa pergunta não só depende de premissas equivocadas, que limitam a formulação do debate, como também erra o alvo.

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“Não me digas que tenha um dia feliz”

As companheiras da Rede de Trabalhadoras Sexuais do Equador dão o recado:
Enquanto decidires que parte de meu corpo é digna para trabalhar e sustentar minha família, enquanto decidires o comprimento de minha saia ou a transparência de minha blusa, enquanto por causa de tua moral meu trabalho seja clandestino e eu tenha de me afastar de meus filhos para que tua discriminação não os prejudique diretamente; enquanto enriqueceres com meu trabalho e meus direitos mais elementares sejam negados – não me digas que tenha um dia feliz.

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O 8 de Março visto por uma trabalhadora sexual

Iaglasnost
Camilla. Separada. Mãe de dois filhos. Minha nacionalidade não é importante. Sou uma mulher adulta, ainda bonita e, depois de ter tentado em vão outro emprego, porque eu tinha contas para pagar, decidi colocar um anúncio em um site e comecei a receber telefonemas de clientes potenciais. Eu não tinha ideia de qual seria meu trabalho, mas eu sabia de qual realidade eu vinha.

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O machismo e a competição feminina

Clara Lobo
Dias atrás, uma amiga me confidenciou ter ouvido, no vestiário do dojo de artes marciais que frequento, uma conversa de quatro moças sobre a minha pessoa. Elas comentavam que eu era uma vagabunda por ter feito sexo com um dos colegas. Puseram-se a enumerar meus outros defeitos: eu era feia, não tinha peito nem bunda… enfim, elas não entendiam o que o rapaz vira em mim. Duas delas namoravam colegas do dojo, o que, no meu parco e parvo entendimento, fez-me crer que elas também tivessem feito sexo com eles, mas quem sou eu para alegar tal similitude de ações se eu era indubitavelmente a vagabunda, enquanto elas, indubitavelmente, não?

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Carta aberta às feministas australianas preocupadas com a exploração das trabalhadoras sexuais

Caras feministas,
Estou escrevendo para discutir a questão do trabalho sexual e do feminismo. Eu sou uma profissional do sexo na Austrália do Sul, falo apenas por mim mesma. Se em algum momento vocês sentirem um tom amargo ou hostil em qualquer coisa que eu escrever, por favor, tentem entender que é devido aos anos de discriminação evidente, sistêmica, estrutural, permanente, aceita, apoiada e celebrada que eu e as pessoas que eu amo têm enfrentado a partir de cada uma das instituições, incluindo o sistema legal, as religiões, a saúde, a mídia, a academia, a comunidade em geral, tanto grupos conservadores quanto progressistas, e até mesmo em espaços feministas.

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Feministas podem aprender um ou dois truques com as trabalhadoras sexuais

Para muitas feministas, o trabalho sexual – ou a prostituição, como preferem chamá-lo – simboliza a opressão, a vitimização e a exploração da condição feminina. Ouvimos ativistas feministas radicais falarem da prostituição como “escravidão sexual feminina”. A troca de serviços sexuais por dinheiro [prostituição] passa a ser confundida com a venda de um corpo para outro [tráfico]. Ao descrever a prostituição como violência, elas impedem qualquer discussão sobre se as mulheres podem escolher ativamente o trabalho sexual como uma opção de vida.

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