Amara Moira

Cultura

Amara em mim – E se eu fosse puta?

E então, finalmente, terminei de ler o livro de estreia de Amara Moira, E se eu fosse puta? – lançado em agosto pela editora Hoo.
Em meio a um voo bastante turbulento – e eu, morrendo de inveja do parceiro da poltrona ao lado, imerso em sono tão profundo que chegava a roncar. Voo quase tão turbulento quanto tem sido minha vida desde que entrei no putativismo. Amara me fazendo companhia, e eu mergulhando em suas histórias como a aeronave mergulhava em nuvens carregadas, para em seguida voltar a navegar firme e tranquilamente.

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Cultura

E se eu fosse puta? A escrita como provocação

Por Henrique Marques Samyn

A elevada qualidade do livro de Amara Moira transparece já no texto que abre E se eu fosse puta: ali se faz presente toda a pluralidade temática que perpassa os escritos reunidos na obra. A ansiedade da estreia nas ruas; a tensa relação com os clientes – oscilando entre o prazer e o perigo, para usar a expressão consagrada pelo título do crucial volume organizado por Carole Vance; a experiência de construção (por vezes catártica, por vezes dolorosa) de novos modos de exercício da sexualidade; enfim, o relato de um tornar-se que traz à tona vivências e prazeres que os guardiões dos bons costumes preferem relegar às sombras, onde podem conhecê-los sem colocar em risco uma reputação alicerçada na hipocrisia.

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PutaFeminismo

Prostituição em tempos de feminismo

Prostituição = estupro OU prostiuição = trabalho. O risco das narrativas únicas. Quem viveu a prostituição há 20, 30 anos atrás, quando o Estado abertamente violentava prostitutas com o aval das leis antivadiagem, sabe a diferença que é exercer a atividade hoje em dia e pode imaginar o que será exercê-la daqui a algumas décadas. A sociedade vai mudando, o papel da mulher também, e não há como negar que, à medida que a desigualdade de gênero diminua, os sentidos que orbitam ao redor da palavra prostituição também mudem.

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PutaFeminismo

As prostitutas que conheci

Heloísa Melino
As prostitutas que conheci/conheço são putas. Puta professoras, puta feministas, puta militantes e ativistas. Com elas aprendi muitas coisas – coisas que a universidade não me ensinou. Dentre as coisas mais importantes que aprendi, aprendi novas linguagens, novas formas de ativismo, aprendi força, garra, aprendi festividade, aprendi a gargalhar com coisas que eu não conseguia, aprendi que tenho que comer muito arroz com feijão e açaí pra se um dia quiser ter a disposição que tem Indianara Siqueira, Monique Prada, Amara Moira e outras mulheres cis e trans que tive o privilégio de conhecer.

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EntrevistasTransfobia

“As pessoas não param para pensar que ela está ali porque precisa de dinheiro”

Três meses de página e chegamos ao fim do ano em grande estilo: Amara Moira entrevista Babi Aires, prostituta, ex-produtora do “Amor e Sexo” da Rede Globo.
Prostituição e empregabilidade de travestis e transexuais, possibilidades de moradia, diferença entre trabalhar na rua e por site, centro de São Paulo versus Lapa e Barra da Tijuca, como é fazer filmes, abuso policial, violência sofrida no exercício da profissão… temas quentes, todos eles enfrentados sem rodeios pela nossa convidada da vez! Uma palhinha dela, falando sobre a questão de ter sido prostituta, aí entra pra Rede Globo e depois, demitida, volta a ser só prostituta.

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Putafobia e Violência

“A gente tem direitos como qualquer trabalhador”

Amara Moira
Entrevista destruidora com a trabalhadora sexual que atualmente encabeça as denúncias contra a invasão policial no prédio da Caixa, em Niterói, no dia 23 de maio de 2014, local que abrigava mais de 90 apartamentos de prostituição. A ativista vem sendo desde então ferrenhamente perseguida pela polícia do Rio de Janeiro, tendo sido já presa e estuprada por essa mesma polícia que deveria protegê-la.

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