PutaFeminismo

Feministas podem aprender um ou dois truques com as trabalhadoras sexuais

Para muitas feministas, o trabalho sexual – ou a prostituição, como preferem chamá-lo – simboliza a opressão, a vitimização e a exploração da condição feminina. Ouvimos ativistas feministas radicais falarem da prostituição como “escravidão sexual feminina”. A troca de serviços sexuais por dinheiro [prostituição] passa a ser confundida com a venda de um corpo para outro [tráfico]. Ao descrever a prostituição como violência, elas impedem qualquer discussão sobre se as mulheres podem escolher ativamente o trabalho sexual como uma opção de vida.

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Legislação

A crítica das trabalhadoras sexuais à política sobre prostituição na Suécia

Petra Östergren
Neste artigo não vou lidar com a complexa questão de saber se a prostituição é socialmente desejável ou não. Em vez disso, o artigo procura documentar algumas das experiências e opiniões de mulheres profissionais do sexo na Suécia. Eu já estava preocupada com o fato de que as próprias mulheres que estão no centro da política de prostituição são raramente ouvidas e muitas vezes se sentem discriminadas. Se garantir direitos iguais para as mulheres é importante, então a experiência das profissionais do sexo deve certamente ser central para a nossa discussão, independentemente da posição que se assume a respeito da prostituição.

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Combatendo o estigma

A “fobia de puta” e a arrepiante ação social pública de Ashton Kutcher: o problema com banir a prostituição

“Enquanto houver mulheres que são chamadas de putas, haverá mulheres que acreditam que a pior coisa, fora a morte, é ser uma, ou ser confundida com uma”, diz a escritora e jornalista Melissa Gira Grant em seu livro que está para sair, Playing the Whore: The Work of Sex Work. “E enquanto isso for assim, os homens sentirão que podem largar putas como mortas com impunidade.” Josh Eidelson entrevista Melissa Gira Grant para a Salon.

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Legislação

Nem toda prostituta é Gabriela Leite: prostituição, feminismo e leis

Camilla de Magalhães Gomes
Não há debates fáceis no feminismo. Dito isso, o texto que aqui apresento pretende realizar uma provocação sobre um dos mais complexos desses debates: a prostituição e sua regulamentação.
Duas posições historicamente antagônicas sobre esse tema coexistem dentro do feminismo: de um lado, aquelas contrárias sustentam, entre outros argumentos, que a prostituição é reflexo ou consequência do patriarcado – e do capitalismo que dele junto está – e que representa, por isso, a dominação masculina sobre as mulheres e seus corpos. De outro, estão as que defendem a regulamentação, tendo como argumento, entre outros, os direitos trabalhistas, a autonomia e a liberdade de escolha da pessoa.

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Combatendo o estigma

Trabalho sexual, dignidade e preconceitos

Marília Moschkovich
Porto Alegre, janeiro de 2002, Fórum Social Mundial. Eu devia ter uns quinze anos. Na vasta programação, uma oficina me chamou a atenção: um debate organizado pela “Liga Brasileira de Prostitutas” (se não me falha a memória, o nome era esse na época). Era novidade pra mim que as prostitutas se organizassem – eu que, menina de classe média, jamais havia conhecido prostituta alguma, claro. Quem seriam aqueles seres praticamente de outro mundo? Achando inconcebível a ideia de alguém se prostituir por escolha, resolvi ir à atividade para conhecer “de perto” as mazelas das pobres, coitadas e exploradas mulheres que eu escutava que eram tão oprimidas.
Foi um tapa na cara.
Escutando o que as debatedoras tinham a dizer, ficou claro para mim que o estereótipo que eu tinha dessas mulheres era uma grande bobagem, e uma bobagem extremamente estigmatizante.

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