Brinquedos sexuais de má qualidade podem ser uma ameaça à sua saúde
Reportagem alerta para brinquedos que podem ser fabricados com substâncias tóxicas
Jenny Kutner para a Salon.com
Há muita pirataria na indústria de entretenimento para adultos, parte da qual os consumidores podem ver como uma coisa boa (pornografia grátis). Mas atores e produtores de pornografia não são os únicos a sofrer financeiramente com a ascensão da pirataria na internet; outra faceta da indústria para adultos – o mercado de brinquedos sexuais – está passando por problemas semelhantes, que não acabam no balanço contábil dos fabricantes. A genitália dos consumidores está em risco.
Como o Daily Dot relatou no começo da semana, a falsificação de brinquedos sexuais pode representar uma ameaça séria para qualquer um que compre na internet consolos, vibradores, plugs de bunda ou outros itens da parafernália sexual, porque muitos dos produtos são propagandeados como algo que não são. De acordo com um comunicado do ativista contra pirataria pornô Peter Phinney, publicado no Xbiz (uma publicação da indústria do setor), muitos brinquedos sexuais são fabricados e comercializados com as mesmas marcas do que outros, mas vendidos a preços bastante mais baixos – às vezes menos de 50%.
Isso porque os produtos mais baratos são na verdade imitações feitas por fabricantes no exterior, frequentemente na China, onde os padrões de produção são diferentes daqueles das companhias americanas que estão pirateando. E esse é o problema, como destaca o Daily Dot:
“Essa [diferença de padrões] leva os falsificadores de brinquedos sexuais a usar em seus produtos substâncias potencialmente tóxicas, como melamina, um produto químico que é aprovado pela Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) para propósitos industriais, mas não para consumo humano. Os brinquedos falsificados frequentemente são propagandeados sob suas marcas originais e vendidos em grandes sites de varejo online, como eBay e Amazon. Embora alguns desses sites sejam receptivos e removam itens falsificados quando um comprador indica que eles são falsos – Phinney aponta a eBay como exemplo –, outros varejistas, como a Amazon, não são tão rápidos para reagir.”
Obviamente, os fabricantes americanos de brinquedos sexuais estão alarmados com o declínio do faturamento que a falsificação provoca, mas há uma repercussão muito mais assustadora a considerar: a probabilidade de provocar dano sério às partes privadas de uma pessoa com o uso de um produto inferior. Os preços dos brinquedos sexuais dispararam nos últimos anos, de modo que não está fora de questão que um consumidor seja enganado e compre um produto inferior – especialmente quando listado com o mesmo nome de um item de luxo, só que com preço significativamente mais baixo.
Para essas pessoas, especialmente as interessadas em comprar produtos para BDSM (bondage, dominação e sadomasoquismo), Phinney tem palavras terríveis (porém sábias):
“Perdoe-me por ser rude, mas você teria interesse em enfiar cabos de eletrochoque em sua bunda ou em suas partes privadas se soubesse que eles foram feitos na China a partir de componentes inferiores, e não certificados pela UL Standards quanto à segurança? Você pode economizar 70% comprando um aparelho de electrotismo falsificado, mas eu não recomendo que o faça.”