Quem somos
Mundo Invisível é um projeto de mídia livre que está no ar desde junho de 2012, dedicado à defesa dos direitos e dos interesses de uma das categorias de pessoas mais oprimidas e estigmatizadas do mundo: a das trabalhadoras sexuais cis e transgênero. Defendemos os princípios básicos que orientam o movimento internacional das trabalhadoras sexuais: o de que “trabalho sexual é trabalho” e o de que “nada deve ser dito sobre nós sem nós”.
A tarefa que pretendemos cumprir é enorme e muito complicada:
– estudar e expor ao conjunto da sociedade como é a vida das trabalhadoras sexuais, nossas vicissitudes, a violência e o estigma social que enfrentamos ao tentar sobreviver e sustentar nossas famílias;
– lutar para que as trabalhadoras sexuais tenhamos acesso a condições básicas de cidadania como moradia, saúde, educação, segurança, direitos civis e trabalhistas e representação política;
– combater a misoginia, o preconceito, as visões estereotipadas e o racismo sistêmicos, a violência dos aparelhos do Estado e a criminalização da atividade das trabalhadoras sexuais e de nossos clientes;
– discutir e fomentar formas de organização coletiva independente para que as trabalhadoras sexuais possamos obter cada vez mais vitórias na luta por direitos;
– divulgar estudos acadêmicos, pesquisas e relatórios de organizações de defesa dos direitos humanos que digam respeito à categoria;
– estimular os movimentos e partidos políticos que lutam por uma sociedade mais justa e equitativa para que debatam e defendam os direitos das trabalhadoras sexuais e para que incluam mais trabalhadoras sexuais em suas lideranças e em suas chapas;
– atuar junto ao movimento feminista para que ele inclua entre suas bandeiras a defesa dos direitos das mulheres cis e trans que adotaram o trabalho sexual como profissão; combater a falácia de que sexo consensual entre adultos é “uma forma de estupro” quando envolve pagamento;
– atuar junto ao movimento pelos direitos das pessoas trans para que ele abrace as lutas das travestis que trabalham na prostituição, ao invés de jogá-las para baixo do tapete em nome da busca por visibilidade e aceitação;
– desmascarar a tese ilusória de que seria possível ou desejável “acabar com a prostituição” no curto prazo; entendemos que ela só serve para desviar a atenção da luta por direitos e para aumentar a vulnerabilidade das trabalhadoras sexuais;
– contribuir para desfazer a confusão – estimulada em certos meios – entre o trabalho sexual e o tráfico de pessoas; e deixar claro que o movimento das trabalhadoras sexuais é contra qualquer forma de exploração, tanto de crianças como de adultos;
– acompanhar e divulgar as atividades das organizações de trabalhadoras sexuais em diferentes regiões do Brasil e do mundo, de modo a estimular o diálogo entre elas e o desenvolvimento de formas superiores de organização, porque temos muito a aprender umas com as outras;
– contribuir para a formação de lideranças para a categoria.