Combatendo o estigmaEventos

Dia internacional pelo fim da violência contra trabalhadoras sexuais

17 de dezembro é o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra Trabalhadoras Sexuais. É o dia em que lembramos e honramos nossas companheiras assassinadas ao longo do ano, assim como as trabalhadoras que foram alvo da violência causada pelo estigma que cerca a profissão.

A data foi criada em 2003 pela dra. Annie Sprinkle e por Robyn Few, fundadora do SWOP-USA (Projeto de Divulgação das Trabalhadoras Sexuais dos EUA), logo em seguida à condenação do “Matador do Green River”, um serial killer que assassinou 71 mulheres na região de Seattle, estado de Washington, entre 1982 e 1998. A maioria das vítimas dele eram trabalhadoras sexuais.

Durante a semana de 17 de dezembro, organizações de defesa dos direitos das trabalhadoras sexuais em todo o mundo promovem memoriais, passeatas, eventos e manifestações. É quando erguemos nossos guarda-chuvas vermelhos.

O guarda-chuva vermelho é o símbolo do movimento das trabalhadoras sexuais desde a 49ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, na Itália, em 2001. Em colaboração com trabalhadoras sexuais, o artista plástico esoloveno Tadej Pogacar (que já trouxe seu trabalho ao Brasil, em colaboração com a Daspu) criou para a Bienal duas instalações, Prostitute Pavillion e CODE:RED. E participou com elas de uma passeata em Veneza.

Como informa o Comitê Internacional Pelos Direitos das Trabalhadoras Sexuais na Europa (ICRSE),1Em setembro de 2021, o Comitê mudou seu nome para European Sex Workers’ Rights Alliance (ESWA). “eles caminharam pelas ruas juntos e com orgulho, numa Marcha do Guarda-Chuva Vermelho. Trabalhadoras sexuais marcharam pelas ruas de Veneza e usaram megafones e guarda-chuvas vermelhos, chamando a atenção para as más condições de trabalho e para os abusos de direitos humanos que enfrentam. A passeata começou na tenda do Pavilhão e seguiu pelo centro da cidade, A rota da marcha incorporou a geografia e a história social das trabalhadoras sexuais, das famosas cortesãs venezianas Veronica Franco e Gaspara Stampa até os dias de hoje”.

“Em 2005, o ICRSE adotou o guarda-chuva vermelho como símbolo de resistência à discriminação. Uma passeata com quase 200 participantes foi organizada como o evento de encerramento da Conferência Europeia sobre Trabalho Sexual, Direitos Humanos, Trabalho e Migração, realizada em Bruxelas, Bélgica.”

“Desde aquele dia, o guarda-chuva vermelho foi adotado por trabalhadoras sexuais ativistas e seus aliados em todo o mundo. O que começou como uma ideia simples tornou-se rapidamente um símbolo global para os direitos das trabalhadoras sexuais.”

“Vermelho é uma cor bela, e o guarda-chuva é a resistência aos ataques do céu e dos homens, Ele simboliza a proteção contra o abuso e a discriminação enfrentados por trabalhadoras sexuais em todos os lugares, mas também é um símbolo de nossa força.”